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segunda-feira, 11 de abril de 2022

Capitalismo das arábias

Menos imposto, mais lucro... e a sociedade que pague por isso

Avareza e interesse privado, os paradigmas dos empresários brasileiros
A matéria em destaque no UOL nesta manhã de 2a feira está entre as mais sugestivas para entender a conjuntura econômica brasileira: o governo cortou até 25% do IPI, mas os preços não caíram (leia aqui).  

Esta não é a 1a vez que isso acontece, fato que comprova a lógica parasitária do capitalismo brasileiro: uma acumulação que se sustenta na proteção de uma política fiscal esdrúxula e nos estratosféricos níveis de concentração da renda. O resto é pura consequência da lógica neoliberal: inflação, pobreza, desemprego, estagnação... Só o capital (e nem todo o capital) é que tira vantagem desse esquema. Não é à toa que vem do empresariado a base de apoio a Bolsonaro e aos bandidos que atuam com ele em todos os programas do governo.

O néscio é capaz de argumentar que a manutenção dos preços elevados, apesar da redução do IPI, só atinge bens duráveis, como é o caso dos automóveis e dos eletrodomésticos. Puro engano. Os níveis de inflação em qualquer setor, levando em conta teia de interconexão que perpassa toda a cadeia produtiva nacional, tem efeito sobre toda a sociedade brasileira. Na base da pirâmide, o salário do trabalhador sofrerá a corrosão de seu valor de compra mesmo que não seja afetado diretamente pelos preços dos produtos (industrializados ou não) com redução do imposto. Talvez esteja aí a resposta para a pergunta que o senso comum sempre se faz: por que as leis do mercado não funcionam quando o consumo se retrai? Porque as leis do mercado não funcionam numa economia desorganizada como é a economia brasileira.

Leia mais: * O colapso do capitalismo no Brasil (clipping do Blog) 

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