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sexta-feira, 1 de abril de 2022

A herança neoliberal

Economia brasileira: sucateada e irrecuperável

Nas mãos de uma burguesia atrasada, capitalismo brasileiro adota modelo econômico suicida. A alternativa é a revolução social...
Animadinho com a possibilidade de um surto momentâneo de recuperação econômica que consiga manter a direita no governo, o Estadão festejou, em manchete deste 31 de março, a notícia de que a Bolsa de Valores brasileira está recebendo R$ 1,4 bilhão de capital estrangeiro diariamente (leia aqui).  A informação é verdadeira, mas todo o resto da narrativa, se não é mentirosa, engana o leitor fazendo-o acreditar que o interesse dos investidores é saudável para o país. Não é.

Na verdade, por conta de dois fatores específicos e conjunturais (a taxa de juros e o aumento do preço internacional das commodities), nosso país está sendo alvo de um ataque do capital especulativo que busca a rentabilidade de papeis que aumentam sua cotação momentaneamente. Registrado e embolsado o ganho fácil, esses papeis voltam ao mercado e o dinheiro investido vai embora. A especulação comemorada pelo Estadão, portanto, não é nada mais que isto: especulação. A rigor, sangra o país e descapitaliza a economia nacional. É a alma do modelo neoliberal em plena atividade e que atende, sem eufemismos, pelo nome de 'rentabilidade improdutiva'.

Bolsonaro e seus obtusos apoiadores vão martelar esse episódio na campanha eleitoral, mas a realidade da economia brasileira é mais consistente: desemprego crescente, queda no nível da renda, baixo consumo interno, pobreza em níveis assustadores... É só olhar em volta para perceber que o país inteiro é uma sucata econômica e social - síntese dos resultados conseguidos religiosamente desde 2016.  Só uma revolução social que altere os mecanismos de poder é que nos tira desse círculo...

Sugestões de leitura: * Para construir outra indústria nacional (Renato Dagnino, Outras Palavras) * Pochmann: A opção subordinada do Brasil (Outras Palavras) * Desemprego ainda atinge 12 milhões (G1) * Renda per capita do Brasil cai para R$ 1.367 em 2021 (G1). Leia também a resenha do livro de Ladislau Dowbor, A era do capital improdutivo, feita pelo professor da PUC-SP, Arnaldo José França Mazzei Nogueira (Scielo)

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